Por que tanta gente se pergunta sobre o rendimento do Bitcoin
Nos últimos anos, o Bitcoin saiu da bolha das startups para ocupar espaço no noticiário financeiro. Isso criou curiosidade em quem nunca investiu e começa a ouvir casos de sucesso.
Pessoas comuns passaram a ouvir histórias de quem comprou Bitcoin por R$ 300 e viu o ativo disparar. A sensação de ter perdido uma chance real é difícil de ignorar.
Investidores iniciantes se perguntam: e se eu tivesse colocado R$ 100 há cinco anos? A dúvida é racional, já que o crescimento do preço foi muito acima da média do mercado.
Essa pergunta virou termômetro de interesse popular em criptomoedas. Sempre que ela aparece com frequência, é sinal de que mais pessoas estão cogitando entrar nesse mercado.

Curiosidade ou intenção real de investir?
Em muitos casos, a pergunta surge como um teste. A pessoa quer medir o que poderia ter acontecido. Mas, por trás disso, existe um desejo real de entender como funciona esse tipo de investimento.
O Bitcoin virou símbolo de oportunidade. O valor inicial baixo e o crescimento acelerado atraem quem busca um novo começo financeiro. Não é só especulação. É um espelho de sonhos.
O preço do Bitcoin nos últimos 5 anos
Para entender o rendimento de R$ 100 em Bitcoin, é preciso analisar preço do bitcoin nos últimos cinco anos. O Bitcoin passou por ciclos extremos de alta e baixa nesse período.
Em julho de 2019, o preço do Bitcoin girava em torno de R$ 39.000. Um ano depois, em julho de 2020, subiu para R$ 48.000. Em julho de 2021, bateu R$ 170.000, em plena euforia do mercado.
Depois veio a queda. Em julho de 2022, o preço caiu para cerca de R$ 110.000. Em 2023, iniciou recuperação, voltando à casa dos R$ 135.000, impulsionado por maior adoção institucional.
Preços médios por ano em reais
- Julho de 2019: R$ 40.650
- Julho de 2020: R$ 48.000
- Julho de 2021: R$ 170.000
- Julho de 2022: R$ 110.000
- Julho de 2023: R$ 135.000
Esses dados mostram que o Bitcoin não cresce em linha reta. Ele alterna ciclos de euforia com correções severas. Mesmo assim, seu preço médio sobe no longo prazo.
Essa oscilação acentuada exige do investidor paciência e visão de longo prazo. Quem observa apenas um ano pode ter a falsa impressão de que o ativo é imprevisível.

Quanto R$ 100 em Bitcoin se valorizou nesse período
Em 3 de julho de 2019, o Bitcoin custava cerca de R$ 39.000. Com R$ 100, você teria comprado aproximadamente 0,00256 BTC. Essa fração é suficiente para mostrar o poder da valorização.
Em julho de 2024, o mesmo 0,00256 BTC valeria cerca de R$ 856, com base na cotação de R$ 335.000 por Bitcoin. Quanto renderia se eu tivesse investido R$ 100 em Bitcoin há 5 anos é justamente o tipo de pergunta que esse cálculo responde.
Esse resultado equivale a um rendimento de 756% em cinco anos. Para comparação, nenhum outro investimento tradicional chegou perto disso no mesmo intervalo.
Variação depende da data de entrada
Se a compra tivesse sido feita em julho de 2021, no pico de R$ 170.000, o resultado hoje seria menor. A fração adquirida com R$ 100 naquele momento renderia algo em torno de R$ 197, um ganho mais modesto.
Isso mostra que o tempo de entrada no mercado é determinante. Quem comprou em momentos de queda obteve melhores resultados. Já quem comprou no topo precisou de paciência para recuperar.
A lição é simples: o Bitcoin premia quem pensa no longo prazo. Quem tenta prever o curto prazo acaba frustrado ou tomando decisões apressadas.
O que influencia na valorização do Bitcoin
Fatores internos
- Oferta limitada e halving:O Bitcoin tem uma política de emissão rígida. Apenas 21 milhões de unidades existirão. A cada quatro anos, ocorre o halving, que reduz pela metade a criação de novos bitcoins. Esse evento cria escassez. Se a demanda se mantém ou aumenta, o preço tende a subir. O halving mais recente foi em abril de 2024 e causou expectativa de alta futura.
- Adoção e confiança:Com mais pessoas e empresas adotando Bitcoin como reserva ou meio de pagamento, a confiança no ativo cresce. Esse efeito reforça o ciclo de valorização com base em uso real.
Fatores externos
- Cenário macroeconômico:Durante a pandemia, os bancos centrais injetaram trilhões na economia global. Isso enfraqueceu moedas tradicionais e deu espaço para ativos alternativos como o Bitcoin.
- Regulação e notícias:Declarações de governos e bancos centrais podem impulsionar ou derrubar o preço. Aprovação de ETFs, repressão estatal ou falência de corretoras mexem com a percepção de risco. O valor do Bitcoin não depende apenas da tecnologia. Ele reflete confiança, escassez e o cenário ao redor. É por isso que seu preço oscila tanto em momentos de incerteza.

Comparativo com outros investimentos populares
Desempenho acumulado entre 2019 e 2024
- Poupança: rendimento aproximado de 30% em cinco anos.
- Tesouro Selic: acumulou cerca de 45% no período.
- Fundos de ações: média entre 40% e 50%, com variações por gestor.
- Bitcoin: valorização de aproximadamente 756%, conforme simulação real.
Esses números mostram o contraste entre investimentos tradicionais e o Bitcoin. A diferença de retorno chama atenção, especialmente entre iniciantes que buscam multiplicação rápida.
Por outro lado, é importante notar que os ativos tradicionais oferecem mais estabilidade e previsibilidade. Eles oscilam menos e seguem lógicas mais claras de rendimento.
O Bitcoin tem alta volatilidade, o que exige mais resiliência emocional. Embora tenha rendido mais, também passou por quedas abruptas que assustaram muitos investidores.
A comparação revela que o Bitcoin não substitui outros investimentos. Ele pode complementar uma carteira diversificada, desde que o investidor entenda os riscos envolvidos.
Vale a pena investir valores baixos em Bitcoin?
Benefícios para iniciantes
Investir quantias pequenas é uma forma eficaz de conhecer o mercado sem se expor demais. Com apenas R$ 50 ou R$ 100, qualquer pessoa pode começar a investir em Bitcoin, comprando frações mínimas e testando o funcionamento do mercado na prática.
Esse tipo de entrada permite entender como funcionam carteiras, transferências e taxas. Ao acompanhar o desempenho, o iniciante aprende com a prática, sem comprometer suas finanças.
Também permite experimentar a volatilidade. Ao ver oscilação de R$ 100 para R$ 80 ou R$ 120, o investidor sente na pele o comportamento do ativo e pode decidir se quer continuar.
Cuidados ao investir pouco
Algumas corretoras cobram taxas mínimas fixas que podem consumir boa parte do valor investido. Por isso, é importante pesquisar bem antes de comprar com quantias reduzidas.
Além disso, o investidor não deve esperar lucros imediatos. Com valores baixos, os ganhos também serão proporcionais. A intenção aqui é educar, e não enriquecer de forma rápida.
Começar com pouco pode ser inteligente, desde que a pessoa tenha clareza sobre o objetivo. Conhecimento prático sempre vale mais do que promessas exageradas de lucro.
Riscos de olhar apenas para o passado
Ilusões baseadas em desempenho anterior
O Bitcoin já entregou valorização impressionante. Mas confiar que esse desempenho vai se repetir pode levar a decisões precipitadas e perigosas.
Quem olha só para os lucros passados esquece que cada ciclo teve causas únicas. Em 2017, o crescimento veio por euforia popular. Em 2020, foi impulsionado por empresas e estímulos monetários.
Fatores que podem não se repetir
- Volume de liquidez no mercado global pode cair com juros mais altos.
- Outras moedas digitais e projetos podem atrair parte do capital antes focado no Bitcoin.
- Adoção institucional pode desacelerar se surgirem regras mais rígidas.
O investidor que foca apenas no passado corre o risco de criar uma narrativa irreal sobre o futuro. Nenhum ativo cresce indefinidamente sem interrupções ou desafios.
A análise deve incluir o presente: contexto, política monetária e novos concorrentes. Quem ignora isso troca a prudência por expectativas ilusórias.
Como acompanhar o histórico e calcular rendimentos
Exploradores de preços e gráficos
Existem plataformas confiáveis que mostram o histórico de preços do Bitcoin em tempo real. Entre as mais usadas estão CoinMarketCap, CoinGecko e TradingView.
Esses sites permitem consultar o preço do Bitcoin em datas específicas, analisar variações e comparar com outros ativos. Também oferecem gráficos interativos e filtros de tempo.
Ao observar o gráfico de cinco anos, por exemplo, é possível entender os ciclos de alta e baixa com mais clareza e identificar padrões de comportamento do mercado.
Calculadoras e simuladores práticos
Ferramentas como investimentoinicial.com.br e calculadorabitcoin.com ajudam a responder perguntas como: “quanto valeria hoje um investimento feito anos atrás?”.
Basta inserir a data, o valor aplicado e a moeda (real ou dólar). O simulador retorna quanto o capital teria rendido, considerando a cotação real do Bitcoin naquela data.
Esses recursos são úteis para investidores que querem avaliar o desempenho histórico e tomar decisões com base em dados, não em suposições ou promessas.
Conclusão
Investir R$ 100 em Bitcoin há cinco anos teria gerado um lucro expressivo. A valorização mostra o potencial de crescimento que ativos digitais podem ter com o tempo.
No entanto, olhar apenas para o passado pode distorcer a percepção de risco. O mercado de criptomoedas é volátil, imprevisível e sensível a fatores externos e tecnológicos.
O investidor que deseja entrar nesse universo precisa estudar o presente, compreender os ciclos e aceitar que lucros altos exigem paciência e resistência emocional.
O Bitcoin já provou ser mais do que uma moda. Mas isso não significa que todo momento é ideal para investir ou que toda aposta trará retorno garantido.
A decisão de investir deve partir de dados concretos e de um plano pessoal. O passado serve como referência, não como garantia de sucesso futuro.